FOTO: Mauro Vieira/ Agência RBS |
Hoje foi um daqueles dias inesquecíveis. Um dia que jamais sairá da minha memória. O dia em que vi a Argentina de Lionel Messi em campo. Ali. Há poucos metros da cadeira em que fiquei. No Estádio Beira-Rio. Não era o estádio do Internacional. Nem do Grêmio. Era dos argentinos. Eles é quem mandavam. Qualquer gemido de "Sou brasileiro", "Pentacampeão", era abafado pelo insistente canto que terminava dizendo: "Maradona és más grande que Pelé". Em todos os cantos da arquibancada eles estavam presentes. Pulando, gritando, incentivando. Estavam em casa. Os gremistas - como eu - devem ter se sentido melhores do que colorados... Todo estádio recheado de azul nos deixa mais à vontade.
No caminho para o estádio, já dava para notar que seria um dia incomum. No ônibus que liga o centro de Porto Alegre ao Beira-Rio, a supremacia era argentina. Ao descer do ônibus, me vi em Buenos Aires. Chegando para algum jogo no Monumental de Nuñez, ou em La Bombonera, estádio dos rivais River Plate e Boca Juniors, respectivamente. Depois me caiu a ficha, eu realmente estava a caminho do estádio colorado. Ao entrar no pátio, depois de passar pelo detector de metais, já ouvia a torcida gritando. Faltava pouco mais de meia-hora para começar o jogo, mas a torcida já dava seu espetáculo.
Ao começar a partida, Lionel Messi e cia. ltda., buscando o gol logo na saída de bola. Messi abriu o placar, mas logo a Argentina levou o empate. O camisa dez não se deu por vencido, e colocou seu time à frente do placar novamente. Bonito gol de falta. Fim de primeiro tempo. Início do segundo tempo. Empate da Nigéria. Tabela rápida, zaga argentina tonta. Dois a dois. Messi mais uma vez... Cobrou escanteio e, óbvio, gol da Argentina. Antes de ser substituído, La Pulga parou no meio do campo, aplaudiu a torcida. Em troca, foi reverenciado, como um faraó. Ou herói. O herói da Argentina.
O árbitro trilhou o último apito. Ninguém arredou pé da arquibancada. Um barulho ensurdecedor tomou conta do estádio. Saí emocionado, com os olhos brilhando. Por alguns minutos, fui argentino. Nas ruas, só se viam eles. No Fifa Fan Fest, próximo ao estádio, as placas dos carros eram todas do país vizinho. Realmente, um dia marcante.
Inesquecível. Não só para mim, aposto. Jogadores, e os mais de 43 mil torcedores também nunca esquecerão. Segunda-feira estarei de volta ao mesmo palco, para jogo válido pelas oitavas-de-finais. Voltarei feliz. Mas com a certeza de que jamais verei algo parecido com o que presenciei hoje. Obrigado, Messi. Obrigado, argentinos.